Rondônia
Uma pessoa morre afogada a cada cinco dias em Rondônia; 2019 já tem 40 vítimas
Compartilhe:
Pelo menos uma pessoa morreu afogada a cada cinco dias em Rondônia, de janeiro a julho de 2019. Ao todo, 40 mortes por afogamento já foram registradas pelo Corpo de Bombeiros do estado. Mais de 80% das vítimas são homens. Os dados foram repassados esta semana ao G1pelo comandante do Grupamento de Busca e Salvamento, capitão Clivton Reis.
A maior incidência este ano, de acordo com Clivton, ocorreu no Vale do Jamari. O mais recente caso na região aconteceu na última segunda-feira (22), quando o corpo do empresário Ezequiel César Barbosa, de 37 anos, foi encontrado nas águas do rio Jamari.
Segundo a corporação, a vítima sumiu no rio por volta das 18h de 21 de julho, ao tentar desenroscar o anzol da vara de pesca. “Boa parte desses casos ocorreram em balneários, rios, raramente são em piscinas”, mencionou o comandante.
Ezequiel desapareceu no rio Jamari ao tentar desenroscar anzol de pesca, no domingo (21). — Foto: Facebook/Reprodução
Em comparação ao mesmo período do ano passado, o quantitativo de casos cresceu 8,1% em 2019. Nessa mesma época em 2018, 37 pessoas morreram por afogamento. Grande parte das ocorrências foram registradas em Ji-Paraná (RO).
Apesar do balanço, Clivton acredita que o número de acidentes pode dobrar. “É nessa época de seca que há formação dos balneários e as pessoas aproveitam para tomar banho em rio. Justamente nesse período que há muitas ocorrências. Esses números são apenas os que os bombeiros atendem”, reiterou.
Somente em janeiro a novembro do ano passado, o Corpo de Bombeiros contabilizou 63 mortes por afogamento. O número de ocorrências ultrapassou o balanço de todo 2017, que fechou o período com 55 registros.
No levantamento feito pelo G1, as estatísticas da Secretaria de Segurança, Defesa e Cidadania do Estado de Rondônia (Sesdec) mostraram que mais de 600 pessoas se afogaram entre janeiro de 2007 e outubro de 2018. O ano de 2011 foi o período com maior incidência: cerca de 80 acidentes dessa natureza foram registrados.
Ainda segundo o que apontou a Sesdec, quase 90% das pessoas que se afogaram e morreram são do sexo masculino. O restante, pouco mais de 12%, são do feminino.
Casos
Além do empresário Ezequiel César, um homem de 44 anos morreu afogado no fim de junho, após a picape que dirigia cair dentro do rio Tári, na zona rural do distrito de Tarilândia, em Jaru (RO), cidade a 291 quilômetros de Porto Velho.
Segundo a Polícia Militar (PM), Rubens de Souza Queres ficou preso dentro do veículo, que caiu virado com as rodas pra cima.
Motorista morre afogado após picape despencar de ponte e cair em rio, em RO — Foto: Jaru Online/Reprodução
No dia 23 de junho, um homem de 58 anos morreu afogado em uma represa na estrada da Penal em Porto Velho. O corpo dele foi entrado pelo dono do sítio onde fica o igarapé.
Segundo o boletim de ocorrência, o dono da propriedade contou aos policiais que, ao chegar no sítio, viu algo boiando no igarapé. Ao verificar, encontrou a vítima já sem vida.
Corpo de Any foi encontrado no fundo do rio, a poucos metros de onde havia se afogado, segundo bombeiros. — Foto: Facebook/Reprodução
No mesmo dia, Any Caroliny Fernandes de Almeida, então de 18 anos, desapareceu enquanto tomava banho no rio Canaã, em Monte Negro (RO), também no Vale do Jamari.
Segundo a Polícia Militar (PM), a vítima estava na companhia do marido, de 26 anos, e da cunhada, de 21 anos, quando sumiu nas águas. O corpo de Any foi encontrado dois dias depois próximo ao local que se afundou.
Confira dicas abaixo para evitar afogamentos:
- Não ingerir bebida alcoólica. Sob efeito do álcool, as pessoas estão mais suscetíveis a acidentes, já que estão com a coordenação motora alterada.
- Não fazer travessia em rios. O desafio é comum em pessoas que acreditam que conhecem o rio, o que é um erro.
- Afaste-se da água em caso de temporal ou raio, para evitar descarga elétrica.
- Evitar comer demais e entrar na água, pois pode ocorrer congestão.
- Cuidado especial com choque térmico, ou seja, não entrar de maneira abrupta na água após longa exposição ao sol. Há risco de choque térmico e desmaio.
- Não saltar, principalmente em casos onde não se conhece o local.
- Crianças perdem-se com facilidade. Mantenha-as sob o seu campo visual. Não permita que entrem desacompanhadas e/ou sem supervisão de um adulto na água.
- Se você se sentir em perigo, não entre em pânico: tente boiar e peça ajuda.
- Verifique a possibilidade de forte chuva, procure manter-se em locais elevados, minimizando o risco de ser levado por enxurradas.